
Sim, o mundo invertido vai tremer — mas não tanto quanto o próprio Noah Schnapp, que resolveu enfrentar o mundo real com a mesma coragem que seu personagem enfrenta monstros interdimensionais. E, segundo o próprio ator, foi a melhor escolha que poderia ter feito antes de encarar as gravações da quinta e última temporada de Stranger Things.
Um set mais leve, uma verdade mais forte
Durante a badaladíssima estreia da peça Stranger Things: The First Shadow na Broadway, Noah Schnapp contou à Variety como foi voltar ao set da série depois de se assumir gay em 2023.
“Foi incrível. É uma experiência totalmente diferente chegar ao set sabendo que estou vivendo de forma verdadeira. Tornou essa temporada mil vezes melhor, por não precisar mais me esconder.”
Ou seja: além de finalmente derrotar os demogorgons internos, o ator também trouxe mais autenticidade para o personagem e, de quebra, inspirou muita gente fora das telas. Win-win total.
Stranger Things 5 e a conexão com a peça da Broadway
Enquanto os fãs esperam ansiosamente pela estreia da quinta temporada, a Netflix resolveu dar uma voltinha no tempo — e nos palcos. A peça Stranger Things: The First Shadow chegou à Broadway após um ano de sucesso em Londres, com uma proposta nada modesta: explorar a origem de Vecna e do mundo invertido, tudo isso ambientado na longínqua Hawkins de 1959. Sim, antes até do Dustin nascer.
A influência da peça na série (e vice-versa)
Como a peça foi desenvolvida praticamente ao mesmo tempo que a quinta temporada estava sendo escrita, os criadores da série, os irmãos Duffer, revelaram que rolou uma troca criativa intensa entre as duas produções.
“A peça forçou a gente e a Kate [Trefry, roteirista] a mergulhar fundo no passado do Henry, o que acabou influenciando a temporada final”, disse Ross Duffer. “Foi meio estressante porque a temporada ainda não estava fechada e a peça já estava em pré-estreia… mas no fim, tudo deu certo. Quase.”
Quase. Porque trabalhar com cronogramas apertados e fãs ansiosos é basicamente o modo de operação da Netflix desde 2016.
De série para o teatro: sem CGI, só emoção
A ideia maluca de transformar o universo de Stranger Things em uma peça teatral veio do diretor Stephen Daldry, que, ao que tudo indica, foi corajoso o suficiente para sugerir isso aos Duffers — e milagrosamente não foi ignorado.
“Eles acharam que estávamos malucos”, confessou Daldry. “Mas o foco era criar algo visceral, na sua cara. Sem CGI. E isso foi libertador.”
Com três Tonys no currículo, Daldry não está exatamente apostando no escuro. A peça mistura efeitos especiais práticos com storytelling intenso — e, de acordo com a roteirista Kate Trefry, ainda passou por uma bela “lapidada” antes de chegar aos EUA.
Aprendizados do palco londrino
“Aprendi muito com o público de Londres”, disse Trefry. “Foi ótimo poder ajustar a história, deixar tudo mais claro e, olha só, cortamos mais 15 minutinhos do tempo total.”
Sim, agora além de assustadora, a peça é também condensada. Porque ninguém merece sentar por três horas pra assistir flashback de vilão, né?
E o futuro? Os Duffers querem mais
A experiência foi tão boa que Ross Duffer deixou claro: o universo de Stranger Things pode — e deve — se expandir para novas mídias, desde que venha do coração (e, claro, do hype).
“Isso aqui definiu o tom. Se vierem mais ideias com paixão e comprometimento como essa, estamos abertos. Foi uma colaboração incrível do começo ao fim. Faríamos de novo sem pensar duas vezes.”
E a série, quando volta?
A quinta temporada de Stranger Things ainda está programada para estrear em algum momento de 2025. Data oficial? Ainda não temos. Ansiedade? De sobra. Mas enquanto isso, quem estiver em Nova York pode matar a saudade de Hawkins nos palcos — e sem precisar enfrentar nenhuma criatura gosmenta.