
Se você achava que a guerra comercial entre Estados Unidos e China ia se resolver só com tarifas e diplomatas de cara feia… bem-vindo ao novo campo de batalha: o cinema! Sim, meu caro, agora o drama envolve não só números, mas também superproduções, tapetes vermelhos e bilheterias bilionárias. Nada mais 2025 do que isso.
Por que a China está dizendo “não, obrigado” para Hollywood?
A treta começou quando os EUA decidiram subir as tarifas sobre produtos chineses. Como você já imagina, a China não ficou calada. Pelo contrário, respondeu na mesma moeda: aumentando suas tarifas sobre os produtos americanos e, como parte do combo, decidindo reduzir a entrada de filmes de Hollywood. Ou seja, além de grana, agora a briga também envolve storytelling.
De acordo com a Administração de Cinema da China, a ideia é seguir o “sentimento do povo” e promover uma maior diversidade cultural. Em outras palavras: “já que vocês estão dificultando, nós também podemos”.
O mercado chinês é mais importante do que muita gente imagina
Pra começo de conversa, a China é um dos maiores mercados de cinema do planeta. Portanto, quando o país decide apertar o cerco, Hollywood sente. Aliás, em vários casos, a arrecadação chinesa chega a superar a dos próprios EUA. Logo, qualquer mudança nesse cenário afeta diretamente os estúdios.
Além disso, a China sempre teve controle sobre o número de filmes estrangeiros exibidos por ano. E agora, com a desculpa perfeita da guerra comercial, esse número pode cair ainda mais — especialmente para os filmes americanos.
Produções chinesas ganhando cada vez mais espaço
Enquanto isso, o cinema chinês tá rindo à toa. Com lançamentos como Ne Zha 2 batendo recordes de bilheteria, o público local mostra que também valoriza — e muito — suas próprias histórias. E faz sentido: heróis nacionais, mitologias locais e narrativas mais conectadas com a cultura deles acabam falando mais alto.
Além disso, essa preferência por filmes nacionais fortalece a indústria local, o que, por sua vez, diminui a dependência do conteúdo importado. Ou seja, a China está aproveitando o momento para valorizar o que é seu.
E quem perde com tudo isso?
A resposta mais óbvia é: Hollywood. No entanto, nem tudo está perdido. Algumas empresas, como a IMAX, souberam se adaptar. Inclusive, cerca de 50% da bilheteria da marca na China já vem de filmes em língua local. Isso mostra que, com um pouco de jogo de cintura, dá pra continuar lucrando — mesmo sem os super-heróis americanos.
Ainda assim, para os grandes estúdios que investem centenas de milhões em um único filme, ficar de fora do mercado chinês pode ser um golpe duro. Afinal, sem a bilheteria chinesa, o retorno sobre o investimento pode ir por água abaixo.
O cinema agora é parte da política internacional?
A resposta é: sim, meu anjo. E não é de hoje. Produções cinematográficas sempre refletiram contextos políticos, mas agora a coisa ficou mais direta. A redução de filmes de Hollywood no mercado chinês é um sinal claro de que a cultura pop também é usada como ferramenta geopolítica.
Portanto, os estúdios americanos talvez tenham que repensar como produzir e distribuir seus filmes. Será que vão adaptar roteiros para não incomodar Pequim? Vão buscar parcerias locais? Ou simplesmente aceitar que o mercado chinês vai se fechar mais e mais?
Mas… E como fica a Disney/Marvel?
Agora, bora jogar um pouco de luz (de cinema, claro) sobre uma dúvida que já tá preocupando os fãs da Marvel: será que Thunderbolts vai estrear na China?
O filme, que promete trazer uma galera meio herói, meio bagunçada, é um dos mais aguardados do estúdio. Porém, considerando o atual clima de tensão entre os dois países — e o fato de que a Marvel nem sempre é bem recebida por lá — existe uma chance real de que Thunderbolts nem chegue às salas chinesas.
E pra Disney, que tradicionalmente conta com a força da bilheteria chinesa pra fechar seus números com chave de ouro, isso pode ser um problemão.
Resumindo: quando a treta entre potências vira censura de blockbuster, o cinema deixa de ser só diversão e passa a ser geopolítica, guerra comercial e estratégia cultural. Agora é torcer pra Thunderbolts não virar um exclusivo do Disney+… pelo menos na China.